Foto: Divulgação/Copa do Brasil
Falta menos de um mês para a estreia do Brasiliense Futebol Clube na Copa do Brasil, contra o Grêmio. Essa será a 14ª participação do Jacaré na competição nacional, em que a equipe foi a sensação no inicio dos anos 2000, apesar de não ter conseguido conquistar a taça.
O Brasiliense é uma das equipes que ingressam na terceira fase da competição, que desde 2016 não tem um representante do Distrito Federal. Os jogos de ida estão programados para acontecer nos dias 02 ou 03 de junho.
A fase do esquadrão amarelo é excelente. A equipe conquistou a Copa Verde – título que assegurou a vaga na terceira fase -, e já está classificada para a final do Candangão, com 100% de aproveitamento e recorde de vitórias seguidas. Aproveitando o bom momento, a equipe busca repetir nessa temporada as campanhas de 2002 e 2007, quando disputou, respectivamente, a final e a semifinal da Copa do Brasil.
Relembre as duas campanhas históricas do Jacaré.
2002: decisão contra o Corinthians
Com apenas dois anos de fundação, o Brasiliense disputava sua primeira Copa do Brasil na história. Ao iniciar a competição, a equipe não era de longe uma das candidatas a disputar a taça, mas ao longo da campanha surpreendente, a equipe não só mostrou sua força, mas também deixou um legado como, para muitos, o campeão moral daquela edição.
A equipe liderada por Wellington Dias e Gil Baiano, começou a competição com o trinador Gérson Andreotti, na derrota por 2×1 para o Vasco-AC, no jogo de ida da primeira fase. Em casa, no jogo de volta, Edson Porto assumiu a equipe, e o gol solitário do meia Xavier, logo aos dois minutos do segundo tempo, levou a equipe para o duelo contra o Náutico na segunda fase.
Contra o time pernambucano, comandando por Muricy Ramalho, o Brasiliense venceu o primeiro jogo em casa, em um jogo emocionante. Com gols de Wellington Dias (2x) e Gil Baiano, a equipe venceu por 3×2 e garantiu a vantagem do empate para o jogo de volta. Adílson e Lima marcaram para o Náutico. No jogo em Recife, o placar não saiu do zero, e a vaga nas oitavas estava garantida.
O desafio agora era o Confiança-SE. No primeiro jogo, em Sergipe, o resultado final foi 0x0 no placar. Na Boca do Jacaré, Gil Baiano orquestrou o show amarelo dentro de campo. Com quatro gols do meia, o Brasiliense venceu por 4×1. Márcio Gaia descontou para os sergipanos.
Nas quartas de final, Péricles Chamusca chegou comandar a equipe contra o Fluminense de Magno Alves e do treinador Oswaldo de Oliveira. O esquadrão amarelo venceu os dois jogos por 1×0, e Wellington Dias foi o altor dos gols. Na ida, ele marcou de pênalti na Boca do Jacaré, e dentro do Maracanã, o atacante balançou a rede com sete minutos de jogo.
Chagada as semifinais, o Jacaré encontrou seu desafio mais difícil a essa altura da competição. O adversário foi o Atlético-MG, que era o favorito absoluto. Mas a estrela do grande craque amarelo brilhou. Em casa, no primeiro jogo, o Brasiliense abriu 2×0, com dois gols de Wellington Dias. Marques marcou aos 10’ do segundo tempo o gol que deixava o Galo vivo. Dentro do Mineirão, as projeções eram que o Atlético conseguiria reverter o resultado. Mas, em uma noite iluminada do Jacaré, Gil Baiano, Weldon e o artilheiro Wellington Dias marcaram na vitória por 3×0 que calou o maior templo do futebol mineiro.
Agora era a final! A final que talvez nem os mais otimistas imaginaram. Pela frente, havia o Corinthians de Parreira, Fábio Luciano, Vampeta, Ricardinho, Deivid e tantos outros ótimos jogadores da elite do futebol brasileiro.
Para um Brasiliense que já havia superando grandes desafios até a decisão, restava encarar o desafio de frente, e assim foi feito. O primeiro jogo foi em um Morumbi lotado, e o Corinthians saiu na frente com gol de Deivid, aos oito minutos do segundo tempo. O Timão ainda comemorava o gol, quando Mauricio empatou o jogo um minuto depois. Depois disso, veio o lance que gera a grande polêmica envolvendo a final. Deivid marcou o gol da vitória após receber passe de Gil. Porém, o atacante fez falta no zagueiro Tiago, antes de fazer o cruzamento. Ainda no primeiro tempo, Wellington Dias marcou um gol que foi anulado por um impedimento duvidoso. Após o jogo, Carlos Eugênio Simon, árbitro da partida, foi suspenso até o início do Brasileirão daquele ano.
Assim como na ida, teve casa cheia na Boca do Jacaré. O Brasiliense dominava o jogo e, ainda no primeiro tempo, Wellington Dias abriu o placar. Esse resultado deixava o titulo com o time de Taguatinga, mas Deivid empatou no segundo tempo, e o Corinthians conquistou a Copa do Brasil pela segunda vez.
A campanha do Brasiliense foi memorável, Wellington Dias foi o vice-artilheiro, com 8 gols. Como já citado, muitos colocam a equipe como a campeã moral dessa final marcada pela polêmica envolvendo a arbitragem.
Foto: Gustavo Miranda/Agência o Globo
*2007: semifinal contra o Fluminense*
No ano de 2007, o Brasiliense tinha um dos elencos mais lembrados pela torcida. Nomes como Guto, Padovani, Patrick, Adrianinho e Dimba formavam o time que buscava mais uma vez fazer história na competição. Com o treinador Roberto Fernandes o adversário da primeira fase foi Barra do Graças-MT.
Em jogo único no Mato Grosso, o Jacaré foi avassalador. 4×1 com gols de Jonhes, Dimba, Aílson e Padovani. O gol de honra do Barra foi marcado por Fernando.
Na segunda fase, o Jacaré enfrentou o Juventude-RS. Em casa, o empate em 0x0 foi o resultado final. Na volta, um jogo muito equilibrado no Sul. O Brasiliense saiu na frente com Allan Dellon, mas logo levou o empate no gol de Alex Ales. Allan ainda marcou mais uma antes do intervalo. William empatou novamente, mas o lateral Patrick marcou o gol da vitória há cinco minutos do fim. Resultado: 3×2 e classificação para as oitavas.
A equipe do Cruzeiro foi o desafio das oitavas. No Mineirão, assim como em 2002 contra o Galo, o Brasiliense foi superior e Agenor marcou o gol da vitória. Na volta, 1×1 na Boca do Jacaré. Dimba e Padovani (contra), marcaram os gols do jogo.
Mais uma equipe mineira pela frente. Dessa vez, o Ipatinga foi o adversário. O Jacaré empatou em 2×2 o primeiro jogo. Dimba e Padovani, aos 50’ do segundo tempo, foram os autores dos tentos amarelos. Charles e Roncatto anotaram para o Ipatinga. Na volta, o Brasiliense mais uma vez fez uma grande exibição em terras mineiras. Com gol de Dimba, a vaga na semifinal foi carimbada.
O estrelado Fluminense de Renato Gaúcho, que contava com Fernando Henrique, Thiago Silva, Arouca, Thiago Neves, Carlos Alberto e Cícero era um desafio à altura do Corinthians na final do 2002. Era a hora do Brasiliense fazer história mais uma vez.
O primeiro jogo no Maracanã foi uma partida digna de final. Rafael Toledo abriu o placar para o Jacaré, mas Thiago Silva tratou de empatar pouco depois. Com Alex Dias, O Flu foi para o intervalo vencendo por 2×1. Na volta, Adriano Magrão ampliou a vantagem. Warley marcou mais um para o time amarelo, mas, de pênalti, Carlos Aberto fechou a conta garantindo a vitória tricolor por 4×2.
A volta foi realizada na Boca do Jacaré, completamente lotada. O Brasiliense mostrava que queria a vaga na final, e logo com quatro minutos abriu o placar com Allan Dellon. A equipe da casa precisava só de mais um gol para conseguir a classificação, e continuou buscando ampliar a vantagem. O time de Roberto Fernandes pressionava, mas não conseguia o segundo gol, e viu Adriano Magrão empatar e garantir o Flu na final. A equipe tricolor foi a campeã, derrotando o Figueirense com um empate por 1×1 e uma vitória por 1×0.
No ano de 2021, o Brasiliense espera repetir os mesmos feitos, e contará com grandes jogadores que formam o elenco comandado por Vilson Tadei. Edmar Sucuri, Diogo, Lídio, Zotti, Luquinhas, Carlos Eduardo e Zé Love são alguns dos nomes que farão frente aos Grêmio nos jogos da terceira fase.
André Gomes/Brasiliense FC