Premier League: por que esta edição é a mais imprevisível dos últimos anos?

A Premier League já é conhecida por ser uma das ligas mais competitivas do mundo. Ainda assim, a edição atual mal começou e está impressionando pelo equilíbrio e a instabilidade dos favoritos. Apenas cinco pontos separam os 14 primeiros colocados da tabela que tem 20 times.

Pela primeira vez desde 2006, um dos seis favoritos (Liverpool, Chelsea, Arsenal, Manchester City, Manchester United e Tottenham) não lidera a liga depois de cinco rodadas. O jornal britânico Daily Mail identificou uma falha crucial em cada um dos poderosos clubes para explicar esse fenômeno.

Liverpool

Apesar de não ser o líder do campeonato, o time de Jürgen Klopp é o que está melhor entre os seis, em 2º, empatado com o Everton (1º) e com o Wolverhampton (3º), com 13 pontos. Mas o início de temporada da zaga dos Reds é o pior da Premier.

Somente o West Bromwich (17º) e o lanterna Fulham (20º) sofreram tantos gols quanto o Liverpool na liga até então. Foram 14 bolas contra a rede defendida por Alisson (7 apenas contra o Aston Villa, quando o espanhol Adrian estava no gol) em apenas seis jogos. O clássico contra o Chelsea, válido pela 2ª rodada, foi a única partida que a equipe manteve o saldo de gols intacto.

Além disso, as lesões de Joel Matip e Van Dijk tornaram o time vulnerável no sistema defensivo e levaram o treinador alemão a improvisar Fabinho lá atrás. Agora, o brasileiro também está no Departamento Médico. Klopp optou por não contratar um zagueiro durante a janela de transferência e essa decisão está sendo bastante questionada pelos torcedores e imprensa.

Chelsea

Os Blues investiram cerca de R$ 1.881 bilhão em reforços, mas até agora o elenco montado não obteve os resultados esperados. O Chelsea somou nove pontos em seis jogos, com duas vitórias, três empates e uma derrota.

Frank Lampard está há um ano à frente do time e ainda não desvendou quais são os melhores jogadores para proteger o gol. Thiago Silva, uma das contratações da última janela, parece ser o melhor entre as opções. Zouma, Christensen e Fiyako Tomori disputam a outra vaga de titular, mas não se mantêm entre os 11 principais.

Já a comissão de frente parece ser mais promissora e dar mais esperança aos torcedores. Timo Werner e Kai Havertz deram uma amostra do que são capazes, mas deixaram o time na mão nos jogos grandes.

Manchester City

Os times de Manchester estão tendo dificuldades nesta temporada. O City disputou cinco rodadas até então e conquistou duas vitórias, dois empates e uma derrota. Este é o pior começo do time com Pep Guardiola no comando.

Sergio Agüero e Gabriel Jesus se lesionaram no início da caminhada e foram motivos de muitas dores de cabeça para o treinador espanhol. Mesmo após se recuperar, o argentino não consegue ficar em campo por 90 minutos e sempre é uma substituição queimada por Guardiola.

A equipe ainda teve a perda de Sané, vendido para o Bayern de Munique, e parece ter um problema de confiança do treinador nos zagueiros. Laporte é o único com atuações sólidas. Walker, Eric Garcia e Mendy têm falhado em momentos importantes dos jogos. Há outros nomes para tentar resolver esse problema, como Nathan Ake, mas ele ainda está se ambientando ao time.

Manchester United

Os Red Devils estão com problemas por todas as partes, externa e internamente, que estão refletindo o que acontece dentro das quatro linhas. O clube contratou nomes como Edinson Cavani e o brasileiro Alex Telles, mas está cada vez mais próximo da zona de rebaixamento da tabela. O United ocupa a 15ª posição, com sete pontos somados em cinco jogos.

As polêmicas do capitão Harry Maguire e Mason Greenwood, somadas à suposta insatisfação do elenco com o treinador Ole Gunnar Solskjaer, também contribuíram para o baixo desempenho da equipe neste início de temporada.

Arsenal

O time comandado por Mikel Arteta começou a temporada 2020/21 a todo vapor, vencendo os primeiros jogos da Premier e batendo o atual campeão da liga, o Liverpool, na FA Cup. Mas não vence ou marca gols no campeonato nacional há duas rodadas e ocupa a 11ª colocação da tabela, com nove pontos somados em seis jogos, empatado com o Chelsea.

Esses últimos resultados negativos revelaram uma lacuna no estilo de jogo dos Gunners, que parecem ter pouca capacidade de criar jogadas diferentes que surpreendam os adversários. Falta criatividade no meio-campo, um problema que o clube quis resolver tentando a contratação de Aouar do Lyon, mas as negociações não foram favoráveis para os ingleses. Ozil, que era uma boa opção para o meio, sequer foi inscrito na Premier.

Além disso, a dificuldade que se mostrou ser comum entre os seis times, o Arsenal também não tem um sistema defensivo consistente, sem poder confiar que os zagueiros poderão garantir o saldo de gols. O time tem uma média de 1,16 tentos sofridos por jogo.

Tottenham

O Spurs, com José Mourinho à frente, é o outro clube entre os seis que está numa situação mais otimista. Não perdem na liga nacional desde a primeira rodada, quando estrearam fora de casa contra o Everton e foram derrotados por 1 x 0. Desde então, foram três vitórias e dois empates, e o time tem o melhor ataque do campeonato, 16, mas a cada dois gols marcados sofre um.

Esses números revelam, mais uma vez, que o problema não está na hora de fazer gols, mas na hora de impedir que eles aconteçam. Na partida contra o West Ham, por exemplo, válida pela 5ª rodada, o Tottenham abriu uma vantagem de 3 x 0 em menos de 20 minutos de jogo. Porém, acabou cedendo o empate em menos de 15, nos instantes finais.

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