Lionel Messi não se apresentou para exames médicos e testes de coronavírus agendados para todo o time do Barcelona neste domingo (30/8), reforçando os sinais de que o craque argentino não quer permanecer no clube catalão. Os jogadores se reapresentam nesta segunda-feira (31/8).
O Barcelona disse que Messi foi o único jogador do elenco que não foi submetido a exames médicos e aos testes da Covid-19 no centro de treinamento do clube. A equipe deve retomar os treinos na segunda-feira, em preparação para o início da próxima temporada.
Houve rumores no início da semana de que Messi compareceria aos testes para evitar quebrar as regras do time durante a negociação de sua saída, mas pessoas próximas ao jogador teriam avisado ao clube no sábado (29/8) que ele não iria aparecer.
Mesmo fora dos planos do técnico Ronald Koeman, Luis Suárez, Ivan Rakitic, Arturo Vidal e Samuel Umtiti compareceram ao centro de treinamento e passaram pelos testes obrigatórios de RT-PCR de coronavírus neste domingo.
Suárez é companheiro de equipe de longa data e amigo de Messi, e acredita-se que a decisão de se livrar do atacante uruguaio tenha incomodado o argentino e impulsionado seu desejo de sair.
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O Barcelona vai retomar os treinos com o técnico Ronald Koeman, que substituiu Quique Setién, demitido após a histórica derrota da equipe por 8 x 2 para o Bayern de Munique nas quartas de final da Liga dos Campeões, em 14 de agosto. O revés, um dos piores da carreira de Messi e da história do clube, levou o Barcelona a anunciar mudanças “profundas” no time titular e uma reestruturação “ampla” internamente.
O clube também reiterou sua posição de não negociar a liberação antecipada de Messi, dizendo que o presidente Josep Bartomeu só se sentará para conversar com o jogador se o assunto for a extensão de seu contrato além da próxima temporada.
Messi expressou na semana passada o desejo de deixar o clube, mas o Barcelona quer que ele cumpra o contrato que termina em junho de 2021. O clube também disse que não está negociando uma possível transferência com qualquer outro time. Manchester City e Paris Saint-Germain sonham com o melhor do mundo.
O argentino anunciou sua decisão de sair na terça-feira (25/8), enviando ao clube um buro fax, um documento certificado semelhante a um telegrama. Ele invocou uma cláusula contratual que lhe permitia sair de graça até 10 dias depois do final da temporada, mas o clube afirma que esse artigo do contrato já expirou, se baseando no fim da temporada pelo calendário oficial (31 de maio).
Espera-se que uma guerra judicial se desenrole, já que Messi argumentará que a temporada foi estendida além da data em que a cláusula expirou por causa da pandemia do coronavírus, terminando no dia 23 de agosto, data da final da Liga dos Campeões. Ele quer sair de forma unilateral, sem pagar a multa rescisória.
O craque argentino teria dito que queria negociar com o clube, mas o Barcelona faz jogo duro e não está disposto a facilitar sua saída. O clube catalão reforçou o desejo de que Messi encerre a carreira no lugar em que passou toda a sua trajetória
Geralmente discreto, Messi, de 33 anos, chegou a desabafar abertamente sobre as más decisões da equipe neste ano, a primeira sem um troféu desde a temporada 2007/2008.
Posição da La Liga
A La Liga, responsável pelo Campeonato Espanhol, fez seus primeiros comentários públicos sobre o caso neste domingo. Em comunicado, a entidade se posicionou a favor do Barcelona, dizendo que o contrato de Messi está em vigor e só pode ser rescindido com o pagamento da multa, fixada em 700 milhões de euros (R$ 4,5 bilhões).
O presidente da La Liga, Javier Tebas, disse há alguns meses que a liga espanhola não foi realmente afetada financeiramente depois que Cristiano Ronaldo deixou o Real Madrid e foi contratado pela Juventus, não vendo uma redução nas audiências de televisão ou contratos de direitos autorais. Mas ele considera que se Messi sair a o cenário pode ser diferente, e o campeonato deve ser prejudicado financeiramente.
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