Polêmica no Brasil, “intercâmbio” de treinadores é comum na Europa

Jorge Sampaoli, Jesualdo Ferreira, Eduardo Coudet e o ex-treinador do Flamengo, Jorge Jesus, tiveram que ouvir diversos comentários quando decidiram comandar times do Brasil. No país, os amantes do futebol, treinadores e jornalistas insistem no discurso de que é preciso investir nos profissionais nativos e que contratar estrangeiro para liderar uma equipe brasileira é uma má ideia.

Na Europa, a presença de treinadores estrangeiros comandando o time do banco de reserva já não é vista com maus olhos. Por lá, entre as principais ligas de primeira divisão, a Premier League é a que mais tem profissionais de outros países à frente dos times: 11. O Flamengo, com a saída de Jesus, está prestes a anunciar o espanhol Domènec Torrent e o país terá o total de quatro gringos à frente de clubes que disputam a Série A do Brasileirão.


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Vinte times disputam a primeira divisão inglesa e entre eles, o atual campeão, o Liverpool possui um treinador alemão, Jurgen Klopp; o Manchester United tem o norueguês Solskjaer; o City tem Pep Guardiola, que é espanhol; assim como Mikel Arteta, que treina o Arsenal; e o Tottenham tem José Mourinho, português.

Ao todo, são oito nacionalidades diferentes nos 11 times ingleses que não tem treinadores nativos. Os profissionais são da Alemanha, Noruega, Espanha, Portugal, Áustria, Itália, Escócia e Irlanda do Norte.

Outros países

Na Bundesliga são 18 clubes disputando o posto de melhor time da Alemanha, mas sete desses times são comandados por estrangeiros, de quatro nacionalidade diferentes: suíço (Lucien Favre do Borussia Dortmund), holandês, austríaco e norte-americano (David Wagner do Shalke 04).

Já no Campeonato Francês, o próprio Paris Saint-Germain de Neymar tem o alemão Thomas Tuchel com comandante, assim como outras cinco equipes da França. Por lá tem Tuchel representando a Alemanha, um espanhol, um armênio, outro esloveno e dois portugueses.

A Itália está numa situação igual ao Brasil, com apenas quatro gringos ocupando posto de treinador nos times. O português Paulo Fonseca está à frente do Roma, o croata Ivan Juric comanda o Hellas Verona, Sinisa Mihaijlovic da Sérvia é o técnico do Bologna e o uruguaio Diego López lidera o Brescia.

O único torneio europeu que fica atrás do Brasileirão é a La Liga. Na Espanha, somente o Real Madrid do francês Zinedine Zidane, o Atlético de Madrid do argentino Diego Simeone e o Leganés do mexicano Javier Aguirre não são treinador por espanhóis.

Gigantes acolhedores

Apesar do torcedor europeu estar mais acostumado que o brasileiro a ver treinadores de outras nacionalidades à frente dos seus times de coração, muitas equipes grande e conhecidas mundialmente investem em profissionais nativos para comandar o elenco.

São exemplos, o Barcelona de Quique Setién, o Bayern de Munique de Hans-Dieter Flick, diversos times italianos, como a Juventus, o Milan, a Inter de Milão e a Lazio, e o Chelsea, com o ex-jogador Frank Lampard.

É possível notar que não há uma diferença de desempenho entre os técnicos nativos e os estrangeiros quando o assunto é título. Basta ver os times que foram campeões nas suas respectivas ligas na temporada de 2019/20:

  • Inglaterra: Liverpool – Jurgen Klopp, alemão
  • Espanha: Real Madrid – Zinedine Zidane, francês
  • Alemanha: Bayern de Munique – Hans-Dieter Flick, alemão
  • França: Paris Saint-Germain – Thomas Tuchel, alemão
  • Itália: Juventus – Maurizio Sarri, italiano

No Brasil, o atual campeão brasileiro foi treinado por um português, o Flamengo de 2019, de Jorge Jesus. A aposta do clube carioca resultou em tantos títulos que o português foi embora — voltará para Portugal, para o Benfica —, mas os dirigentes foram buscar outro europeu, Torrent, para tentar repetir o feito e quiça alcançar um patamar ainda mais alto.

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