Durante uma entrevista para o JJ Redick Podcast, Jimmy Butler explicou para o seu ex-companheiro de time alguns dos motivos que levaram à sua saída do Philadelphia 76ers. “Eu não sabia quem estava no comando. Eu acho que esse foi o principal motivo. Eu não sabia o que esperar quando íamos treinar, quando entrávamos no avião, quando íamos jogar uma partida”.

A fala de Butler revela algo sobre os bastidores dos Sixers que se traduz no que vemos em quadra nas atuações do time: Philadelphia é uma bagunça. E a situação é tão flagrante que nem é necessário deixar a equipe para reconhecer publicamente os problemas. Em entrevista para o programa First Take, da ESPN, Tobias Harris admitiu que os Sixers “não tiveram a melhor química durante todo o ano”.

Para grande parte da imprensa e da exigente torcida dos Sixers, o principal culpado por um time que tem dois dos melhores jovens talentos não conseguir render tudo o que pode é o técnico Brett Brown. Algumas das críticas mais frequentemente feitas em seus sete anos à frente da franquia estão nas más decisões em fins de jogos apertados e na relutância em desafiar as estrelas da equipe.

 

Embora parte dessas críticas sejam válidas, é inegável que Brown teve de lidar com fatores fora de seu alcance. Entre eles, inúmeras lesões e a montagem de um elenco com peças redundantes e que não necessariamente se complementam.

Nada disso, no entanto, dever tirar nossa atenção de Ben Simmons e Joel Embiid. Ano após ano, times sacrificam temporadas inteiras para ter a chance de recrutar um jogador com tamanho talento e potencial. Philadelphia conseguiu dois. Apesar disso, as cabeças pensantes da NBA continuam discutindo se o fit do armador com o pivô é ideal. E embora suas habilidades sejam inegáveis, suas falhas são igualmente óbvias.

Ben Simmons ainda não conseguiu desenvolver um jogo confiável de perímetro, algo essencial para um armador na NBA de hoje. Joel Embiid, além de problemas crônicos com lesões, tem apresentado problemas para se manter em forma e conseguir equilibrar seu carisma e descontração com a maturidade esperada de um franchise player. No começo da temporada, Embiid chegou a ser criticado por Shaquille O’Neal e Charles Barkley por sua aparente falta de esforço e entrega em quadra.

 

Apesar dos problemas, a dupla continua tendo a fé de seu GM e de seu técnico. “Eu estou pessoalmente convencido que esses dois vão ganhar um campeonato em algum ponto de suas carreiras. E eles, com certeza, conseguem coexistir. O mito é que eles não conseguem. Na minha opinião, isso é superficial e não muito bem articulado”, declarou Brown.

A opinião positiva é justificada. Estatisticamente, a produção de Embiid e Simmons é comparável à dos grandes combos de pivô/armador da história da NBA. Porém, esse Philadelphia 76ers foi montado para conseguir resultados coletivos mais expressivos, o que significa lutar por um título da NBA.

A partir do fim do mês, Simmons e Embiid terão uma nova oportunidade de retribuir a fé de seu treinador que eles são os homens certos para o ambicioso trabalho. No caso de uma nova saída prematura dos playoffs, no entanto, Brown pode ser o escolhido como bode expiatório. De uma forma ou de outra, o processo não estará completo.

O post Mesmo com Embiid e Simmons, processo dos 76ers não está completo apareceu primeiro em Metrópoles.