Visando o Candangão e a temporada de 2019, o Brasiliense Futebol Clube, mais uma vez, segue com a preparação dentro e fora de campo. Após avaliações físicas e de força para os jogadores, agora foi a vez de medir a capacidade de memória das peças humanas que formam o plantel.

Nesta quinta-feira (06), os jogadores do Jacaré, visitaram o Hospital HOME, em Brasília, para participar de palestra e avaliações cognitivas, visando a prevenção de concussões cerebrais, lesão causada no cérebro, por conta de pancadas na cabeça.

Médico do Esporte, Fisiatra e um dos líderes do projeto, Dr. Moacir é uma das principais referências mundiais na área e foi o percussor desta avaliação. Após uma palestra de 10 minutos explicando sobre o que é a concussão cerebral, o profissional conduziu os atletas para que sua equipe de profissionais realizassem as atividades cognitivas, que são os testes que medem a memória, tempo de reação, a escolha, processamento do cérebro, entre outras coisas.

“Nos Estados Unidos, todas as ligas obrigam as confederações a educarem os jogadores em toda pré-temporada e a fazerem esses testes. Essa educação é importante, porque muitos atletas que sofrem desse problema, não sabem que tiveram. Acha que foi só uma batidinha na cabeça, ou que uma simples dor de cabeça é apenas efeito de jogo. Então é importante que o jogador saiba que que ele não teve apenas uma pancada na cabeça, mas o cérebro dele chacoalhou e teve alguma alteração. Por isso, explicamos todas as recomendações necessárias”, contou o especialista.

Brasiliense é pioneiro neste tipo de atividade

Hoje em dia, os clubes brasileiros pouco se preocupam nesse tipo de avaliação e análise. Às vezes, a preocupação do alto gasto para este tipo de trabalho, fazem colocar essas preocupações em segundo plano.

A parceria, entre Brasiliense e Hospital HOME, fez a equipe amarela ser pioneira nacional, para esta avaliação. Isso surpreendeu até o Dr. Moacir, que destacou o interesse dos atletas no assunto.

“Fizemos isso nos Jogos Olímpicos, mas em clube de futebol é a primeira vez que estamos fazendo essa avaliação em grupo. Hoje em dia, essa questão de concussão está sendo mais divulgada até no meio médico. Então, aplicamos o conteúdo em congressos e o atleta está ouvindo mais. Na última Copa, a concussão foi a terceira lesão mais comum. Então está repercutindo bem, essa questão”, frisou.

A equipe para o trabalho de avaliação é grande e qualificada e tem participação direta dos funcionários do Brasiliense na área. Além do Dr. Moacir, outro que auxilia e colabora com as atividades é o Dr. Paulo Lobo, referência do HOME e médico da equipe. Portanto, o trabalho sempre é construído por estudantes graduandos do UniCeub, os futuros fisioterapeutas que também auxiliam no processo.

A visão de quem acompanha o dia a dia

Além de todos os profissionais citados acima, mais um grande percussor dessa ideia é o fisioterapeuta Luiz Felipe, que atua no tratamento de prevenção de lesão dos jogadores. O médico, que também trabalha no HOME, avalia a importância desse tipo de trabalho para o Brasiliense e seus atletas.

“Como temos uma parceria com o Hospital HOME, que é sempre pioneiro nesse tipo de pesquisa e ajuda muito na parte esportiva no DF, isso ajuda muito no desenvolvimento do clube. Essa parte de concussão, já utilizam, em alguns países, protocolos que retiram atletas que tem esses problemas durante o jogo. No Brasil, a gente vê atletas que chocam cabeça e mesmo desorientados, querem voltar para a partida. Então isso, tem uma prevenção muito grande porque pode ocorrer problemas futuros. Portanto, com essa pesquisa, somos pioneiros aqui no DF e no Brasil para ter uma base de dados, termos como comparar com as estatísticas dele”, finalizou.

 

 

Lucas Bolzan

Jornalista BrasilienseFC.com.br