Ex-jogador do Brasiliense Futebol Clube, o atacante Silas Brindeiro, 31 anos, não resistiu às complicações causadas pela leucemia e morreu, na noite dessa terça-feira (25/9), após agravamento de uma infecção pulmonar. Ele lutava contra a doença desde dezembro de 2014 e até chegou a se recuperar em junho de 2016, após fazer um tratamento com quimioterapia. A leucemia, porém, voltou a aparecer em dezembro do mesmo ano.

O jogador, que atuou em grandes clubes, como Brasiliense, Náutico e Guarani, estava internado no Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), em São Paulo, havia quase cinco meses, desde o dia 2 de maio, depois de período de tratamento nos Estados Unidos. Ele descobriu a leucemia em 2014, quando jogava pelo Capivariano (SP). No final de 2016, chegou a ser anunciado pelo São Francisco (PA) para retomar a carreira no clube da cidade natal, mas descobriu a volta da doença após exames realizados em Brasília.

Em 2017, personalidades do esporte arrecadaram recursos para que ele passasse por um período de tratamento na cidade de Maryland, nos Estados Unidos. Em solo americano, já bem fragilizado pela doença, o procedimento não teve o efeito esperado e Silas adquiriu uma infecção no pulmão. Por fim, retornou ao Brasil às pressas. Desde então, estava internado no IBCC.

Em junho deste ano, ele conseguiu realizar o transplante de medula óssea, mas não adiantou. Nesta semana, a infecção teve uma piora grave e ele não resistiu. O corpo do atacante foi levado a Santarém, para ser enterrado ainda nesta sexta-feira (28) próximo dos familiares.

Solidariedade
“O Brasiliense ajudou muito o Silas na tentativa de fazer ele se recuperar da doença. Ele era uma pessoa educada, de fino trato e nós, por exemplo, pagamos o plano de saúde dele, de janeiro de 2017 até agora. Autorizamos a medida devido à dificuldade que ele tinha, sem dinheiro, sem emprego, sem condições de pagar”, lembra Eduardo Ramos, diretor do Brasiliense FC.

Silas atuou pouco no Brasiliense – entre 29 de maio e 5 de dezembro, em 2012 –, mas sempre foi querido por jogadores, comissão técnica e direção do clube. Certa vez, eles organizaram uma vaquinha para comprar móveis e eletrodomésticos para dar uma condição de vida melhor a Silas, que vivia em uma quitinete no Sudoeste. Na atual temporada, alguns times se mobilizaram para doar sangue e plaquetas. No Brasiliense, alguns jogadores e integrantes da nossa comissão técnica também se mobilizaram e doaram sangue.

O atacante iniciou a carreira em 2007, no interior de São Paulo. Além do Jacaré, ele teve passagens por Mogi Mirim, Vera Cruz-PE, Sete de Setembro-AL, Petrolina, Afogadense-PE, Náutico, Campinense, Capivariano, Cuiabá, Guarani, Penapolense e São Franciso-PA. Também passou pelo futebol português, onde atuou pelo Trofense e GD Ribeirão, além do Grasshoppers, da Suíça.

Casado com uma brasiliense, Silas costumava passar as férias no Distrito Federal com a família da esposa. Em 2017, durante uma entrevista a uma emissora de televisão revelou o sonho de voltar a jogar pelo time candango.