Falta de gols de Giroud não preocupa a França para a final da Copa


Enquanto o Brasil conviveu com a preocupação na Copa do Mundo de ter seu camisa 9, Gabriel Jesus, sem fazer gols ao longo da campanha, a França passa pela mesma situação sem se incomodar. Pelo contrário. A equipe europeia chegou à final da competição, marcada para este domingo (15/7) diante da Croácia, sem festejar um gol sequer de Oliver Giroud, seu homem de área e também camisa 9. Mas o que seria motivo de desespero, esse jejum, virou amuleto da sorte.

A imprensa e a torcida francesa veem a má fase de Giroud como uma repetição do roteiro da Copa de 1998, a única vencida pela França na história da Fifa. Naquela ocasião, a equipe sofreu com a qualidade dos seus atacantes titulares. Dugarry fez só um gol e Guivarc’h (camisa 9 daquela seleção) não fez nenhum ao longo do torneio. Ambos enfrentaram o Brasil na final e chegaram a perder oportunidades claras para marcar.

Há 20 anos, a França tinha no banco de reservas dois atacantes jovens, Thierry Henry e David Trezeguet, que fizeram uma boa competição, porém não se tornaram titulares por terem apenas 20 anos. Já Olivier Giroud é um atacante experiente, de 31, disputa pela segunda vez uma Copa do Mundo e está há seis temporadas no futebol inglês. Suas atuações, no entanto, foram defendidas pelo técnico Didier Deschamps, que não pensa em sacá-lo do time. O treinador foi campeão em 1998.

“Giroud fez um excelente jogo (contra a Bélgica). Ele nos deu opções no meio desde o começo para criar. O time da Bélgica tinha qualidade para marcar. A presença dele foi útil”, afirmou Didier Deschamps, que tem bastante confiança no atacante ao apostar nele e não em Karim Benzema, estrela do Real Madrid e que sequer foi convocado.

Os franceses têm procurado coincidências da Copa do Mundo atual com a de 1998 para se animar à espera do segundo título. A falta de gols de Olivier Giroud é um desses aspectos, assim como a presença de Didier Deschamps, a campanha com jogo contra a Dinamarca, a utilização de uniforme branco nas quartas de final e um gol decisivo de um defensor para colocar o país na semifinal.

Mas nem precisariam se apegar à superstição. Afinal, nesta campanha, a seleção francesa conta com os gols e o bom futebol de Mbappé e Griezmann. Cada um anotou três vezes. Segundo as estatísticas da Fifa, Olivier Giroud finalizou 14 vezes a gol em seis jogos, mas só acertou o alvo uma vez, com nove tentativas para fora e outras quatro bloqueadas pelo beques. Se tanto, deu uma assistência para gol.

Olivier Giroud só não foi titular na estreia da França, contra a Austrália, e provavelmente jogará a decisão em Moscou, neste domingo. Se ele conseguir marcar, conseguirá fazer os torcedores se lembrarem de outra coincidência de 1998. Naquela Copa, Zinedine Zidane não havia feito gol algum, chegou até a ficar fora de dois jogos por suspensão, mas, na final contra o Brasil, foi decisivo ao marcar duas vezes.