O maior aproveitamento dos escanteios e grande participação dos goleiros nos jogos são algumas das características da Copa da Rússia. Essa análise foi apresentada em um seminário do Grupo de Estudos Técnicos da Fifa, conjunto de especialistas que analisa os jogos do ponto de vista técnico e tático do Mundial, nesta quinta-feira (12/7), no estádio Luzhniki, em Moscou.

O grupo é formado pelo ex-técnico Carlos Alberto Parreira, campeão com a seleção brasileira em 1994, Marco van Basten, ex-jogador e que defendeu a Holanda na Copa de 1990, Bora Milutinovic, técnico em cinco Copas do Mundo, Emmanuel Amunike, ex-jogador da Nigéria, e Andy Roxburgh, membro dos estudos técnicos. É um grupo importante que tem, entre outras atribuições, a escolha do melhor jogador da Copa do Mundo, entrega dos prêmios para artilheiros (o critério de desempate é o número de assistências) e também para atletas e equipes que são exemplos de fair play.

O grupo apontou que as equipes estão mais eficientes na utilização da bola parada, em especial na cobrança de escanteio. Nos Mundiais anteriores, um gol era convertido a cada 45 cobranças. Na Rússia, os times conseguem fazer um gol a cada 30 escanteios. Isso significa mais jogadas ensaiadas e melhor posicionamento dos atacantes. “O escanteio está se tornando uma jogada mortal de todas as equipes. Todos estão mais eficientes nesse fundamento”, afirmou Andy Roxburgh. “Cada vez mais, a bola parada decide jogos e campeonatos”, disse Parreira.

Do ponto de vista defensivo, as equipes estão apostando mais na figura do goleiro. Ele não apenas coloca a bola em jogo, mas se tornou o principal responsável pelo início da jogada de ataque. De acordo com os estudiosos da Fifa, isso acontece quando ele atua como líbero, trocando passes com os zagueiros, e também quando arma um contra-ataque com lançamentos longos. O goleiro inglês Jordan Pickford, por exemplo, tocou na bola 55 vezes na partida em que sua seleção foi derrotada pela Croácia, na semifinal de quarta-feira (11/7).